quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Sindsep realiza Audiência Pública para discutir sobre os ex-guardas da extinta Sucam

Audiência Pública será realizada hoje a partir das 9:00 horas da manhã, na sede administrativa do sindicato dos servidores públicos federais civis no Estado do Amapá (Sindsep) . A audiência pública denominada como frente sindical em defesa dos ex-guardas da extinta Sucam, hoje Funasa. A proposta tem como objetivo reforçar a luta sobre projetos que estão na Câmara dos Deputados em Brasília e produzir um dossiê para cobrar providências junto ao Governo Federal sobre a contaminação dos antigos servidores em decorrência da intoxicação através do manuseio e exposição ao inseticida DDT. O pesticida DDT (sigla de Dicloro-Difenil-Tricloroetano), é sintetizado, barato e altamente eficiente a curto prazo, mas a longo prazo tem efeitos prejudiciais à saúde humana, como demonstrou a bióloga norte-americana Rachel Carson, em seu livro Primavera Silenciosa. De acordo com Carson, o DDT pode ocasionar câncer em seres humanos e interfere com a vida animal, causando, por exemplo, o aumento de mortalidade entre os pássaros.
O veneno acumula-se no organismo dos seres vivos - no caso do homem na glândula tireóide, fígado e rim, causando edema pulmonar, câncer, cirrose, doenças cardiovasculares, distúrbios mentais, tosse, rouquidão dentre outras doenças. Estes malefícios podem demorar até 30 anos para se manifestar no organismo humano.
Segundo Hedoelson Uchoa, secretario geral do Sendsep, “hoje muitos servidores se encontram doentes, alguns já se aposentaram e outros já morreram e não tiveram o apoio devido do governo. Até porque esses trabalhadores que trabalhavam com do DDT não tiveram as devidas precauções. Nossa reivindicação é que o servidor tenha atendimento médico e garantia da realização dos exames que comprovem o DDT na corrente sanguínea, esse exame não é realizado no Estado”, ressaltou.
Proibido no Brasil em 1995. O uso do DDT na agricultura três anos depois, seu manejo foi vetado, também, em ações de saúde pública, como no combate à malária. Mas até hoje, muitos trabalhadores que aplicavam o produto sofrem com a intoxicação provocada pelo inseticida.
No Amapá existiam 524 servidores, atualmente esse número está reduzido em menos da metade.
O Brasil por mais de 50 anos os Guardas da extinta Sucam usaram o (DDT) para combater a malária. Eles manuseavam o produto sem a mínima segurança. Usavam os recipientes para acondicionar alimentos.
Hoje o país conta com uma enorme dívida em matéria de respeito aos direitos humanos com esses homens. Eles que por muitos anos salvaram vidas, hoje estão morrendo.
Assim como o Acre, o Pará, o Amazonas, o Amapá é outro Estado amazônico que tem um número considerável de servidores e familiares contaminados pelo DDT, usado exaustivamente durante muitas décadas no combate aos mosquitos transmissores de doenças tropicais (malária). A pensão é uma importante ajuda para os ex-guardas, que precisam enfrentar um tratamento médico caro, já que a rede pública hospitalar, mesmo sob ordem judicial, renega atendimento prioritário a eles, além disso, existe a precarização de medicamentos e técnicos em saúde para um eficaz atendimento.
Segundo informações de um servidor infectado a amplola custa 6 mil e o tratamento para câncer é aproximadamente 96 mil e o exame só foi possível realizar através do governo do Estado que encaminhou para São Paulo.
O Sindsep vai disponibilizar transporte para os servidores vítimas de câncer ou contaminação pelo DDT, para participar da audiência. O encontro vai reunir parlamentares, servidores e representante do Governo Federal.

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